sábado, 17 de abril de 2010

Educação e cultura...

Estive hoje na simpática cidade de Ibitinga. Pequena cidade com pouco mais de 50 mil habitantes, conhecida como "capital nacional do bordado".
Fiquei maravilhado com o comércio da cidade e principalmente com a quantidade de trabalhadores informais que disponibilizavam em pequenas barracas ou até mesmo no chão seus produtos artesanais, tapetes, toalhas, bichos de pelúcia entre outras coisas.
Não foram os bordados que me atraíram à cidade.
Estive lá por conta de uma apresentação da banda Estrambelhados, banda responsável pela animação do tradicional carnaval de São Luiz do Paraitinga.
O evento gratuito, fazia parte do roteiro do circuito cultural paulista, promovido pela Secretaria da Cultura de nosso estado.
É daí que surge minha inquietação.A apresentação rica e maravilhosa feita pelos músicos luizenses foi testemunhada por no máximo 50 pessoas.
É triste ver tão rica manifestação cultural desprestigiada pela população.
Mas isso, creio eu, tem explicação.
Não é possível exigir da população que atente e dispense seu tempo às manifestações culturais locais quando ela passa por um processo de deseducação diário. Processo esse influenciado pela mídia de massa, mas que começa dentro das escolas, principalmente as públicas.
A valorização da cultura local passa pelas escolas.
No caso do Estado de São Paulo, passa por escolas públicas com profissionais mal remunerados, com formação deteriorada e que, quando se manifestam exigindo melhores salários e condições de trabalho são recebidos a balas de borracha pela polícia sem direito a audiência com o secretário da educação ou o governador.
Enfim, cheio de contradições é o governo paulista. O governo que hoje promove eventos culturais pelo estado, é o mesmo que há alguns anos atrás, tentou dar fim à meia-entrada para os professores em teatros, cinemas, feiras...
Vá entender.

Um comentário:

  1. Caro amigo Célioo e demais colegas... quanto ao assunto proposto para reflexão, penso que a cultura passa (antes) pelos poderes Legislativo e Executivo das cidades... poderes esses que pensam contrariamente aos interesses públicos, ou seja, pensam somente nos interesses privados do fulano, beltrano ou cicrano (desde a época do Brasil Império). Muito embora exista a norma constitucional (limitada, principiológica e programática) prevista no artigo 215 da Constituição Federal estabelecendo que "O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais" "o povo" brasileiro não sabe o que é Cordel quanto mais Identidade Nacional! Mesmo assim, a culpa não é única e exclusiva dos "políticos em geral", mas sim daqueles também que os elegeram e nada cobram.

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